Nós apenas usamos a internet como a conhecemos hoje porque, na década de 90, houve muitos debates entre os crânios da tecnologia sobre qual seria o papel dessa mais nova e revolucionária ferramenta, e como eles alcançariam esse papel.
A pauta em questão sempre foi a acessibilidade e a democratização da informação como um aspecto obrigatório da internet. Se fosse para existir esse ambiente virtual, ele deveria atender a todos e dar acesso gratuito aos mais diversos conteúdos.
Para viabilizar a gratuidade para os usuários foi necessário encontrar um meio de rentabilizar o trabalho dos produtores de conteúdo. A solução encontrada foi a publicidade.
Mas quem diria que, neste futuro em que vivemos, haveria um aplicativo que boicotaria todos esses sites gratuitos? Entenda mais acompanhando a leitura abaixo!
O nome por si só já define o aplicativo, mas temos o prazer de explicar. AdBlock, AdBlock Plus, Brave, assim como diversos outros, são bloqueadores de anúncio que podem ser instalados tanto como um aplicativo de sistema, como também uma extensão do seu navegador web. Mas como ele funciona?
De diversas maneiras: fazendo uma leitura do código CSS da página (Cascading Style Sheets, uma linguagem de código que divide o que são os elementos visuais do site), através da qual ele interpreta certos elementos HTML e XHTML (linguagem de códigos de conteúdo) e, uma vez reconhecido pelo filtro, este elemento, sendo um anúncio, é ocultado da visualização total da página para o usuário.
Caso ele seja um aplicativo de sistema, o bloqueador de anúncios também pode ler o HTTP (protocolo base de comunicação da web) da página antes mesmo de esta ser carregada. Uma vez customizado, ele esconde os anúncios.
Inclusive, dependendo do aplicativo, ele também pode acessar o Domain Name System (DNS) de um IP host do site, e esconder o elemento de publicidade que consta no DNS.
O principal é que esse aplicativo não apenas interfere na sua experiência como usuário, mas também prejudica (e muito!) o publisher, aquele produtor de conteúdo que trabalha para que você encontre a informação que deseja em seu site ao longo da semana. E aqui vão os porquês de não usar um bloqueador de anúncio:
Sim e não ao mesmo tempo. Embora o bloqueio de anúncios seja considerado legal no tribunal e defendido pelas legislações de privacidade e proteção de dados, os Adblockers podem ser expressivamente ilegais na Europa, nos Estados Unidos e em todas as nações signatárias do Tratado de Direitos Autorais da Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
Isso porque os bloqueadores de anúncio buscam driblar até mesmo os sites que possuem o sistema Anti-Adblock – aquele site de jornal que você tenta acessar com o AdBlock, mas ele te impede, pedindo para você desativar o aplicativo para entrar no portal, por exemplo.
A lei americana sobre direito autoral (Digital Millennium Copyright Act – DMCA) prevê na seção 103 que é proibido o desvio de medidas tecnológicas destinadas a impedir ou limitar o acesso a uma obra. Como os Antiadblocker utilizam de tecnologias para controlar acesso, alguns bloqueadores de anúncio, como o AdBlock Plus, violam a DMCA ao tentarem superar e contornar a tecnologia dos anti-adblockers.
Dessa forma, podemos entender que as contramedidas não podem ser burladas como acontecem, pois os bloqueadores de bloqueadores de anúncios utilizam medidas restritivas para limitar o acesso a um site, logo são, por natureza, “medidas tecnológicas que efetivamente controlam o acesso à uma obra”.
O artigo 6º da Directiva 2001/29/CE da UE diz que contornar as medidas tecnológicas dos sites que possuem sistemas Antiadblocker é expressivamente ilegal. Inclusive, também é ilegal fabricar, produzir e distribuir os sistemas que possam contornar essas medidas.
É um fato consumado dizer que o bloqueador de anúncios tem sido amplamente usado no cotidiano de uma parcela de usuários. Segundo a PageFair, estima-se que cerca de 198 milhões de pessoas no mundo todo usam algum tipo de adblocker, representando menos que 1% do total de usuários ativos na internet.
Nós, da SimpleAds, valorizamos o trabalho dos publishers assim como das agências publicitárias. Mas além disso, prezamos que você, usuário, tenha uma experiência limpa e consciente da internet. Por isso recomendamos que você não baixe um adblocker, afinal, existem outras alternativas. Por exemplo: configurar suas preferências de cookies, mudar o buscador do navegador, deixar sempre ativado seu antivírus com bloqueio de rastreamento etc.. Não deixe um produtor de conteúdo na mão!
Gostou desse conteúdo? Siga-nos nas redes sociais para não perder um post sequer!