Ainda que Mark Zuckerberg tenha trazido o termo à tona, o metaverso não é necessariamente novo, tampouco exclusivo do criador do Facebook. Primeiramente, essa experiência foi idealizada no campo imaginário da literatura cyberpunk. Como visto nos anos 80 em “Neuromancer”, de William Gibson, que inspirou a criação de “Snow Crash” nos anos 90, de Neal Stephenson.
Nosso segundo milênio também trouxe algumas ideias do que poderia ser o metaverso. Entre episódios de Black Mirror e filmes como “Player One”, do Steven Spielberg, essa experiência com ar futurista parece estar longe demais de nós… mas o metaverso já está aqui. Continue lendo para entender!
O metaverso é grosseiramente descrito como uma forma imersiva de se usar a internet, onde os usuários interagem uns com os outros por meio de avatares digitais. Porém, entender dessa forma torna o ideal do metaverso raso demais para o que é visto como a grande aposta de empresas visionárias da tecnologia, como a Microsoft, Unity e a Nvidia. A ideia que compõe o metaverso é a possibilidade de unir o mundo real com o mundo digital, usando recursos de realidade aumentada como meio.
Ainda que os autores tenham vislumbrado um futuro distópico, o que essas empresas realmente querem é aumentar o leque de possibilidades que nós temos enquanto sociedade nesse “espaço não espaço” que o digital oferece.
Por exemplo: fazer compras online, nessas circunstâncias, significaria ter um contato tridimensional com algo que ainda sequer está em suas mãos; seriam extintas as guerras de giz em uma sala de aula, já que tudo seria digital, inclusive o próprio giz; e as reuniões que poderiam ser resolvidas em um e-mail, passariam a ser “presencialmente digitais”. Mas tudo isso, que soa tão Black Mirror, já existe!
Há quem concorde e há quem discorde, mas nós da SimpleAds reconhecemos que o avanço de alguns recursos tecnológicos só foi possível graças ao espaço que os games ocupam em nosso mercado. O que é entretenimento, acabou servindo como uma espécie de ambiente teste para que pudesse ser possível visualizar aquilo que antes era só literatura! Alguns deles são:
Lançado em 2003, o Second Life foi o segundo jogo a propor a ideia de criar um mundo próprio no computador, inclusive de editar o seu próprio avatar – mas ele foi o primeiro a inserir o mundo online nesse contexto!
É a primeira plataforma de mundo digital online que faz uso de equipamentos como óculos de realidade aumentada e seus controles de movimentação. O VR Chat foi lançado em 2017 e propõe aos usuários um espaço de interação social entre avatares em 3D para conversar e deixar a imaginação fluir com novos jogos e mundos.
Por incrível que pareça, o Pokémon Go! é considerado um espaço de metaverso. Ainda que limitado ao ambiente mobile, o fato do jogo fazer uso de sua localização e da sua câmera para a visualização dos arredores, ele se torna, sim, uma experiência do metaverso. Afinal, quando seria possível capturar um Pikachu na sua sala? Só com o metaverso mesmo!
Porém, o primeiro a usufruir uma das propostas mais ousadas que o próprio Mark Zuckerberg mencionou no anúncio do rebranding de sua marca, foi o Fortnite. O FPS (First-Person Shooting) battle royale de 2011 foi o primeiro a propor um evento de entretenimento, com um show de uma das divas pop da atualidade, Ariana Grande. Foi criado um avatar da cantora para a execução do show no ambiente online, e milhares de jogadores tiveram a oportunidade de assistir a performance de Ariana.
Estes foram alguns dos responsáveis por essa onda de inovação tecnológica que ruma em direção ao metaverso. Muitos outros eventos dentro desses jogos aconteceram depois, e inclusive nasceram outras plataformas e jogos com essas premissas. Querendo ou não, Mark Zuckerberg e sua companhia Meta Inc. devem muito ao histórico de desenvolvedores de games no decorrer desses anos.
Acima de tudo, o metaverso é mais que um “espaço não espaço” proporcionado pelo meio digital. Ele é um leque de infinitas possibilidades, com diversas aplicações. O que a Meta Inc. propôs na exibição de seu rebranding não foge muito do que a Microsoft, a Unity e a Nvidia buscam como alternativas.
Vale lembrar que essa nova forma de consumir a internet não é exclusiva de alguém, ou alguma marca. Será um espaço novo onde todos poderão construir juntos uma revolução no que conhecemos de tecnologia. Aqui vai uma lista dos campos de nosso cotidiano que as grandes techs querem impulsionar com o metaverso:
Se já é possível você se conectar com outras pessoas de qualquer lugar do mundo, em qualquer horário que seja, o metaverso promete te fazer sentir estar literalmente ao lado dessa pessoa, ao estar em um espaço digital.
Como visto no jogo Fortnite, o metaverso buscará proporcionar, também, a realização de shows e demais espetáculos para que o mundo todo possa prestigiar de onde estiver.
A forma que nós olhamos hoje para os videogames é ínfima se comparado ao que podemos fazer com o metaverso. Já existem jogos de terror de realidade aumentada que te envolvem na ambientação horripilante, mas poderemos ir além! Imagine como deve ser poder entrar no mundo de Avatar que James Dameron criou, mas como um Navi? Ou viver a pele de um soldado da Resistência em Star Wars?
Segundo o jornal americano Wall Street Journal, muitas dessas big techs desejam desenvolver atividades físicas dentro do metaverso, de forma coletiva ou não. Uma das grandes apostas desse mercado é poder assistir uma luta de UFC de qualquer ângulo, inclusive do próprio lutador!
O lado empresarial de nossas vidas também pode ser contemplado pelo metaverso com a possibilidade de comparecer “fisicamente” nas reuniões de onde quiser, fazer apresentações em 3D que você pode modelar com as próprias mãos e usufruir do modo foco quando precisar se desligar do mundo.
Uma das promessas que as grandes techs buscam cumprir é dar um novo olhar para a forma que nós educamos, com peças e pesquisas mais interativas, acesso livre a espaços culturais com mais facilidade. Já imaginou poder ver o sistema solar de perto e, com a ponta dos dedos, ter a informação completa sobre cada planeta?
A forma de se fazer compras também promete receber uma revolução! Entre anúncios interativos, identidades visuais de embalagens em 3D e prévias tridimensionais de produtos para você acessar, o mercado deve esperar uma nova gama de opções de display para o metaverso.
Empolgante, não? Uma pena que ainda não podemos ingressar essa nova forma de consumir a internet em nosso dia a dia… afinal, as grandes techs ainda estão em fase de projeto com cada um de seus dispositivos. Ninguém quer cometer o mesmo erro que a Google ao antecipar as coisas, né?
Ainda assim, temos alguns rumores da produção do Apple Glass, o óculos de realidade aumentada da Apple que propõe servir às necessidades do dia a dia, como indicar caminho até um lugar segundo o mapa, a notificação daquela reunião que você marcou em certo horário, ou a última mensagem que você recebeu! Ainda há muita coisa para se explorar para o metaverso, e temos muito chão para cimentar pela frente, mas temos certeza que será uma experiência e tanto.
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